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  • 13.02.2012

    Kuduro – toques, suegue, muita carga

    Kuduro, a vibrante música electrónica de Angola com os seus movimentos de dança cheios de expressividade, festejou 15 anos de existência em Agosto de 2011, no estádio da Cidadela de Luanda, a capital, com o mega evento “Kuduro não pára”. Existem, no entanto, acesas controvérsias quanto à data exacta do surgimento e ao criador do Kuduro. Certo é que em 1996, com o seu tema “Amba kuduro” (“Dança Kuduro”), Tony Amado marcou o nome e os movimentos de dança característicos (os toques) deste género musical. Os grandes êxitos do Kuduro chegam normalmente em pacote duplo de música e dança e quase todos os cantores e cantoras se apresentam nos seus espectáculos acompanhados por bailarinos/as ou dançam, eles próprios, excelentemente.

    Em Angola, já vem sendo produzida e ouvida música electrónica para dançar, a chamada Batida, desde o final dos anos oitenta. Também os movimentos da dança, com nomes sugestivos e uma ligação estreita com a cultura do quotidiano, como por exemplo “Açúcar” ou “Ti Nogueira”, têm raízes nas danças do carnaval e nas danças tradicionais das províncias angolanas. No final dos anos noventa, o som e o entusiasmo pelo Kuduro foi propagado por toda a cidade de Luanda pelo DJ Sebem, através do seu programa radiofónico diário.

    Devido à guerra civil, muitos angolanos abandonaram o país. O intenso intercâmbio com a diáspora angolana em Lisboa levou ao rápido desenvolvimento de um segundo centro do Kuduro, nessa cidade. Por volta de 2007, o Kuduro passou a ser também regularmente tocado nas pistas de dança de clubes internacionais. Com uma rede de estrelas actuando a nível internacional, um amplo movimento de massas com cantores/as e bailarinos/as por todo o país e um sólido mito fundador, o Kuduro apresenta as características de um género musical com uma prática estável.

    A maioria das músicas de Kuduro é gravada em pequenos estúdios nos musseques de Luanda. Em geral, as faixas instrumentais, com uma velocidade de cerca de 140 BPM, são completamente produzidas com software próprio no computador, pelos DJ. Os arranjos, com um ritmo fortemente marcado, podem conter elementos de ritmos carnavalescos, como o Kazukuta, ou melodias do Kizomba e, dependendo do carácter da música, são incorporados efeitos de som radicais. As cantoras e os cantores de Kuduro dirigem-se aos estúdios para cantarem os seus próprios textos, onde as vozes são gravadas sob a direcção criativa dos DJ e integradas nas faixas instrumentais. Todos os DJ marcam as suas faixas com um logótipo áudio pessoal, denominado “Intro”. Através dos vendedores de rua e dos sistemas de som dos candongueiros (táxis minibus), os cantores de Kuduro põem as suas músicas a circular em toda a cidade.

    Desde cerca de 2009, o Kuduro também se estabeleceu nos media: uma vez por semana, o DJ Sebem proporciona uma plataforma aos novos e aos já conhecidos Kuduristas no seu programa de televisão “Sempre a subir” (TPA2). Numa grande gala realizada em 2009, o programa de rádio “Top Kuduro” (Rádio Escola) elegeu Bruno M como o melhor cantor de Kuduro.

    Os piercings, as tatuagens e os penteados extravagantes, assim como roupas com as cores primárias, são característicos do estilo Kuduro. Refira-se que, em Luanda, se atribui ao estilo (“suegue” ou “swag”), em geral, uma enorme importância.

    Em Angola, um país com um elevado número de deficientes, as amputações ou muletas não impedem os Kuduristas de se arranjarem ousadamente e dançarem um Kuduro com passos acrobáticos.

    A interacção com a câmara e, por antecipação, com o público através dos media intensifica ainda mais a “Carga” - a intensidade no espectáculo de dança e canto que é fundamental no Kuduro.

    Stefanie Alisch, 29.09.2011

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